Dois princípios oposto operam no ser humano, mesmo depois de justificado: a "carne" e o "espírito", como são chamados por Paulo. É que na conversão somos santificados apenas parcialmente. Até certo ponto, segundo a medida da fé, somos espirituais, mas também somos continuamente exortados a lutar contra a carne, o mundo e o diabo. Mesmo sabendo que já nascemos de novo, sentimos que alguma coisa em nós não se entrega inteiramente á vontade de Deus. Sabemos que estamos em Cristo, mas o nosso coração é propenso para o mal e tende a negligenciar o bem.
Quanto á possibilidade de Deus operar a inteira santificação no mesmo instante em que efetua a regeneração, não resta dúvida de que Ele o poderia fazer. Entretanto, o Senhor costuma levar as suas obras á perfeição gradualmente e com certeza decidiu que seria assim porque deseja a cooperação da criatura no processo, em vez de fazer todo o trabalho sozinho.
Observe que não devemos entender por inteira santificação uma perfeição impecável. Ás vezes, transgredimos inventariante a lei divina, e esta, quer conhecida, quer desconhecida, precisa do sangre propiciatório. Ninguém nesta vida consegue ser perfeito a ponto de ficar imune ás transgressões involuntárias, que são consequências naturais da ignorância e de enganos próprios do ser humano mortal. Assim, podemos concluir:
